O toureio a cavalo português, também designado de
“arte de Marialva” tem uma característica muito peculiar, nomeadamente no que
diz respeito à trajectória linear com que os cavalos se dirigem para os toiros.
Na gíria taurina utiliza-se a expressão “…entrar de frente para os toiros…”,
dando o cavaleiro algumas vantagens ao toiro, de modo a que este tenha a possibilidade
de colher a montada.
A cravagem do ferro deverá ser efectuada quando o
toiro atinge uma proximidade do cavalo que permite ao hastado colher a montada.
Ligeiramente antes deste momento, o cavaleiro deve alterar superficialmente a
trajectória do cavalo, com o intuito de não sofrer qualquer contacto do seu
oponente (toiro).
Quanto mais curto for o espaço de alteração da
trajectória da montada, maior será o risco de colhida e maior perigo, e emoção
terá a “sorte” (a acção executada pelo cavaleiro para a colocação do ferro,
durante a colocação e momento pós colocação – remate da sorte).
O momento de alteração da trajectória da montada, em
conjunto com a tentativa de colhida por parte do toiro (momento em que tenta
alcançar a montada baixando a cabeça para exercer a colhida) com a colocação do
ferro, designa-se na gíria por “reunião”.
Na imagem o cavaleiro António Ribeiro Telles
caracterizado por ter um toureio muito frontal e linear. Na Praça de Toiros
Celestino Graça em Santarém, diante de um exemplar da ganadaria Vinhas, numa
entrada frontal para o toiro com uma alteração da trajectória da montada muito
próxima do hastado. Um momento de perigo e emoção no toureio a cavalo.
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