domingo, 23 de setembro de 2012

Meter a Cara

 

Texto e fotografia: Pedro Correia



É consensual que a criação do toiro de lide seja pioneira no que diz respeito ao nível da selecção do ponto de vista zootécnico. Contudo, a verdade é que o avanço genético na ganadaria brava torna-se relativamente lento devido às características de comportamento que se tentam seleccionar e por serem de difícil mensuração, ao tempo de espera para testar os animais, e ao empirismo existente em torno deste tipo de produção.
 
Segundo o conceituado ganadeiro espanhol Juan Pedro Domecq y Sólis, na sua obra Del Toreo a la Bravura, uma forma de definir o comportamento básico dos bovinos de raça brava seria em necessário analisar vinte e quatro características agrupadas em três grandes grupos:
1 – Caracteres gerais;
2 – Caracteres diante do cavalo;
3 – Caracteres diante da muleta;
Meter a cara é um dos caracteres que pertence ao terceiro grupo e foram os ganadeiros mexicanos os primeiros a fazerem uma forte selecção sobre a referida característica.
 
Entende-se por meter a cara – levar a cara humilhada (humilhar – movimento executado pelo toiro com a cabeça, na tentativa colher) ao longo da arrancada. Este caracter é extremamente importante na tauromaquia actual.
 
Numa fotografia captada no ano de 2009, durante a feira taurina de S. João, observa-se o matador de toiros “El Juli” a executar um derechazo ao toiro “Guarda” da ganadaria de Rego Botelho, com a cara colocada de modo exemplar perante a muleta.
 
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Baseado em:
Domecq, J. P. (2009). Del Toreo a la Bravura. Alianza. Madrid. 155-156.



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