Eleições Regionais e a Tauromaquia

Texto: Nuno Duarte

Fotografia: Pedro Correia

Aqui pelo Continente andei bastante atento no antes e no depois das eleições para o governo regional dos Açores em relação ao que nos une, a defesa da festa brava.

 

Cheguei rapidamente a uma conclusão, pois não vi por cá, uma só alusão à festa por parte de qualquer um dos candidatos. Ora sendo a festa parte integrante da cultura das gentes açorianas porquê total indiferença daqueles que realmente governam ou têm perspectivas de governar?

 

Num momento em que só se discute a tão proclamada crise, a festa brava tem ou não impacto na economia regional e nacional?

 

Seja Cordeiro ou Cabral, não descorando qualquer um dos outros candidatos, parece-me que tanto um como o outro carregam consigo apelidos que são comuns na história de personalidades portuguesas, talvez tão histórica e heróica como a festa nestas regiões tão isoladas e remotas.

 

Assim sendo, penso que talvez tivessem que ter um pouco mais de atenção e esta matéria não deveria ser alvo de tão profundo esquecimento, pelo menos aos olhos da comunicação social. Não há que ter pavor de abordar o assunto, pois fazendo parte integrante da cultura regional e nacional, não se pode remeter a mesma ao receio do mero voto, assim como o tal medo de ferir suscetibilidades daqueles que não gostam da nossa festa.

 

Ou se tem coragem para tal ou então não são dignos de representação do povo, que em quanto povo nunca perderá é certo uma das suas qualidades enquanto povo, podem nos tirar tudo mas a cultura nunca, seja ela do tipo que for e que nos definirá sempre enquanto povo diferente e autónomo de todos os outros!