Texto
e fotografia: Pedro Correia
A técnica de embolar um
toiro está associada à colocação de bolas nas hastes dos toiros que podem ser
de couro ou metal.
Nas touradas à corda as
bolas metálicas são as mais utilizadas. Em praça, nas lides a cavalo este tipo
de bola era utilizado no passado como se verifica em imagens de Neves (1992),
no entanto, hoje é apena comum verem-se as de couro nas arenas portuguesas.
As bolas metálicas
contêm uma rosca no seu interior, que facilita a sua colocação e aderência na ponta das
hastes dos toiros em relação às bolas de couro. O uso frequente de bolas de
metal provoca a formação de ranhuras nas pontas das hastes das reses, sendo
habitual verem-se estas marcas em toiros corridos. Quanto às suas dimensões são
variadas, de modo a adaptarem-se às diferentes larguras que as hastes dos toiros
podem apresentar (Sousa, 2012).
Nas
touradas à corda, raramente são utilizadas bolas de couro, já que a sua
utilização só ocorre em casos excepcionais, quando as hastes não apresentam
condições de serem aplicadas as bolas de metal.
As bolas de metal, também designadas por espanholas, são muito utilizadas em outros bovinos mansos usados em trabalho, nomeadamente na raça mertolenga, na vertente de cabresto e raça de Ramo Grande, como animal de tracção. Este tipo de instrumento também
pode ser utilizado em vacas bravas, como é observado nas vacadas da ganadaria portuguesa
de Fernando Palha. A utilização deste instrumento em fêmeas de raça brava pode estar associada à prevenção de lesões causadas por confrontos entre individuos da própria vacada como refere Montesinos (2002).
Em vez de bola, também
pode ser utilizada a palavra embola para identificar as protecções que são colocadas
nas pontas das hastes dos bovinos, como refere Correia (2012). No entanto, o
termo embola, que é habitualmente utilizado na nomenclatura tauromáquica, não é
observado em dicionários, tais como, Machado et al. (1992) e DPLP (2012).
Contudo, o termo embolar, que consiste na acção de colocar as bolas nas hastes das reses, existe nos dicionários citados anteriormente.
Baseado
em:
·
Correia, P. (2012). Embola de Metal. Disponível em: http://toiroseacores.blogspot.pt/2012/08/embola-de-metal.html.
Consulta efectuada a 24 de Dezembro de 2012.
·
“Embolar”. (linha 27) In: Dicionário
Priberam da Língua Portuguesa, 2012, http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=embolar.
(Consultado em 24-12-2012).
·
Machado, J. P; Matos, J. G; Henriques, J. N; Salema, A; Araujo, C;
Domingues, F. C; Vargas, G; Morbey, H; Machado, J; Pereira, J. C; De Araujo, L.
M; De Melo, M. A. P; Oliveira, R; Machado, S. (1992). Dicionário Inciclopédico
de Lingua Portuguesa. Selecções de Reader’s Digese. Volume I:127-466.
·
Montesinos,
A. (2002). Prototipos Raciales del Toro de Lidia . Ed. Ministerio de
Agricultura, Pesca y Alimentación, Madrid.45-90
pp
·
Neves, F. (1992) O Toiro de Lide em Portugal. Edições Inapa 16-87 pp.
·
Sousa, M. M. (2012). Comunicação pessoal sobre a preparação dos toiros
para a tourada à corda.
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