terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Embolar com Bolas



 


 
Texto e fotografia: Pedro Correia


A técnica de embolar um toiro está associada à colocação de bolas nas hastes dos toiros que podem ser de couro ou metal.



 

 
Nas touradas à corda as bolas metálicas são as mais utilizadas. Em praça, nas lides a cavalo este tipo de bola era utilizado no passado como se verifica em imagens de Neves (1992), no entanto, hoje é apena comum verem-se as de couro nas arenas portuguesas.

 

 
As bolas metálicas contêm uma rosca no seu interior, que facilita a sua colocação e aderência na ponta das hastes dos toiros em relação às bolas de couro. O uso frequente de bolas de metal provoca a formação de ranhuras nas pontas das hastes das reses, sendo habitual verem-se estas marcas em toiros corridos. Quanto às suas dimensões são variadas, de modo a adaptarem-se às diferentes larguras que as hastes dos toiros podem apresentar (Sousa, 2012).

 
Nas touradas à corda, raramente são utilizadas bolas de couro, já que a sua utilização só ocorre em casos excepcionais, quando as hastes não apresentam condições de serem aplicadas as bolas de metal.

 
 As bolas de metal, também designadas por espanholas, são muito utilizadas em outros bovinos mansos usados em trabalho, nomeadamente na raça mertolenga, na vertente de cabresto e raça de Ramo Grande, como animal de tracção. Este tipo de instrumento também pode ser utilizado em vacas bravas, como é observado nas vacadas da ganadaria portuguesa de Fernando Palha. A utilização deste instrumento em fêmeas de raça brava pode estar   associada à prevenção de lesões causadas por confrontos entre individuos da própria vacada como refere Montesinos (2002).

 
 Em vez de bola, também pode ser utilizada a palavra embola para identificar as protecções que são colocadas nas pontas das hastes dos bovinos, como refere Correia (2012). No entanto, o termo embola, que é habitualmente utilizado na nomenclatura tauromáquica, não é observado em dicionários, tais como, Machado et al. (1992) e DPLP (2012). Contudo, o termo embolar, que consiste na acção de colocar as bolas nas hastes das reses, existe nos dicionários citados anteriormente.

 

Baseado em:

·         Correia, P. (2012). Embola de Metal. Disponível em: http://toiroseacores.blogspot.pt/2012/08/embola-de-metal.html. Consulta efectuada a 24 de Dezembro de 2012.

·         “Embolar”. (linha 27) In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2012, http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=embolar. (Consultado em 24-12-2012).

·         Machado, J. P; Matos, J. G; Henriques, J. N; Salema, A; Araujo, C; Domingues, F. C; Vargas, G; Morbey, H; Machado, J; Pereira, J. C; De Araujo, L. M; De Melo, M. A. P; Oliveira, R; Machado, S. (1992). Dicionário Inciclopédico de Lingua Portuguesa. Selecções de Reader’s Digese. Volume I:127-466.

·         Montesinos, A. (2002). Prototipos Raciales del Toro de Lidia . Ed. Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación, Madrid.45-90 pp

·         Neves, F. (1992) O Toiro de Lide em Portugal. Edições Inapa 16-87 pp.

·         Sousa, M. M. (2012). Comunicação pessoal sobre a preparação dos toiros para a tourada à corda.

 

 


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