Texto e fotografia: Pedro Correia
“Ora meich!
Meich!”. Esta expressão é comum ouvir-se nas festas da ilha Terceira. O som
que flui a partir das cordas vocais de alguns civis, que tentam ganhar uns
trocos com a venda de guloseimas e aperitivos, que viajam de modo organizado,
no interior de cestos de vimes artesanais, em bom português não é mais do que
um “Ora mais! Mais!”. Contudo, a expressão prenunciada de forma rápida e com influências
dos modos de falar e sotaque típicos da ilha, torna-se em “Ora meich! Meich!
A variedade de cores que os cestos dos vendedores
ambulantes adquirem, é variada e por vezes passa despercebida nos eventos
festivos, tais como festas de cidade, touradas de praça ou de corda. Por outro
lado, uma tourada à corda, ou qualquer outra festividade que se preze, deixa de
ter a mesma graça sem estes vendedores ambulantes, que também contribuem para o
movimento socioeconómico que envolve as manifestações festivas locais.
Por entre terras de Portugal peninsular, onde a
taurinidade afecta as sociedades de modo significativo, o “Ora Meich! Meich!”
não é uma realidade, contudo, o vendedor ambulante também surge em
festejos como as corridas de toiros. É comum, depois do espectador entrar nas
praças de toiros portuguesas do continente, ouvir-se com frequência os vendedores de queijadas
de sintra com a típica expressão “Olha a queijadinha de Sintra!”.
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