Texto e fotografia: Pedro Correia
Desde 2010 que tem-se visto com regularidade na ilha
Terceira toiros com o mínimo de quatro anos a correr nas corridas de toiros,
aspecto fundamental para o incremento de seriedade e qualidade dos espectáculos
taurinos da ilha. Este é um resultado de trabalho árduo de quem organiza as
corridas de toiros na ilha e também dos ganadeiros, que por vezes, estão
sujeitos a que os seus animais permaneçam mais um ano no campo, constituindo
assim grandes riscos económicos.
Nos tempos em que os toiros eram corridos com três anos
de idade, os ganadeiros evitavam ficar com toiros no campo por mais um ano,
devido aos custos inerentes a essa estadia imprevista. No entanto, agora que os
ganadeiros lidam os seus produtos com quatro anos de idade, podem arriscar-se a
ficar com algum animal no campo, sendo lidado com 5 ou até 6 anos de idade, o
que, tendo em conta a realidade das ganadarias açorianas, torna-se um risco
elevado, dadas as suas condições.
Exemplo dessa situação é o caso do toiro número 118 da
ganadaria de João Gaspar. Nas vésperas das festas Sanjoaninas 2012,
desloquei-me às ganadarias que lidam na praça de toiros da ilha Terceira,
durante a Feira Taurina de São João para fotografar os curros das ganadarias
insulares. Na ganadaria João Gaspar, um lote de toiros, à primeira vista, com
uma apresentação irrepreensível. No meio deles um dos toiros mais imponentes da
camada, o numero 118, que, já fazia parte dos outdoors que publicitam as
corridas de toiros das Sanjoaninas do ano transacto. Captei uma série de
fotografias deste animal (já publicadas em Toiros & Açores) que demonstram
a seriedade e imponência do toiro 118 de JG.
No decorrer da época 2012, o toiro foi ficando para trás,
até que, acabou por ficar no campo por mais um ano. Um ano que, por qualquer
motivo (doença, lutas, ou outros motivos), poderia por em causa, quase cinco
anos de trabalho investidos neste animal, ficando o seu proprietário, sujeitos
a um elevado risco.
Com o aproximar das Sanjoaninas 2013, mais uma deslocação
às ganadarias da ilha Terceira para captar as imagens dos toiros, e na
ganadaria de João Gaspar, lá estava novamente o imponente 118. Este ano com
melhores condições atmosféricas, viu-se esta estampa de animal, dignificando as
duas belezas que são o toiro bravo e a paisagem dos Açores.
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