quinta-feira, 8 de março de 2012

De Frente para a Reunião



O toureio a cavalo português, também designado de “arte de Marialva” tem uma característica muito peculiar, nomeadamente no que diz respeito à trajectória linear com que os cavalos se dirigem para os toiros. Na gíria taurina utiliza-se a expressão “…entrar de frente para os toiros…”, dando o cavaleiro algumas vantagens ao toiro, de modo a que este tenha a possibilidade de colher a montada.


A cravagem do ferro deverá ser efectuada quando o toiro atinge uma proximidade do cavalo que permite ao hastado colher a montada. Ligeiramente antes deste momento, o cavaleiro deve alterar superficialmente a trajectória do cavalo, com o intuito de não sofrer qualquer contacto do seu oponente (toiro).


Quanto mais curto for o espaço de alteração da trajectória da montada, maior será o risco de colhida e maior perigo, e emoção terá a “sorte” (a acção executada pelo cavaleiro para a colocação do ferro, durante a colocação e momento pós colocação – remate da sorte).


O momento de alteração da trajectória da montada, em conjunto com a tentativa de colhida por parte do toiro (momento em que tenta alcançar a montada baixando a cabeça para exercer a colhida) com a colocação do ferro, designa-se na gíria por “reunião”.


Na imagem o cavaleiro António Ribeiro Telles caracterizado por ter um toureio muito frontal e linear. Na Praça de Toiros Celestino Graça em Santarém, diante de um exemplar da ganadaria Vinhas, numa entrada frontal para o toiro com uma alteração da trajectória da montada muito próxima do hastado. Um momento de perigo e emoção no toureio a cavalo.

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