segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Epopeia do Toiro - "Elisa" o nº38 de JAF




“Descornado”, “Colosso”, “Catorze”, “Mulato”, “Gatinho”, “110”, “Flor do Mato”, enfim são vários os nomes de toiros das várias ganadarias terceirenses que perduram nas recordações das gentes (aficionadas ou não à festa brava) da ilha Terceira.



Desde de tenra idade fui habituado a ouvir as histórias de toiros da ilha, que não será exagero defini-las como autênticas epopeias. O poder do toiro e as suas façanhas fomentaram o gosto pela festa brava na ilha lilás e o interesse que o seu povo tem por este animal.



Depois de conhecer os feitos dos toiros das ganadarias da ilha Terceira, restava ver para querer. No ano 2000, tive o privilégio de ver aquele que considero ser o toiro mais completo que já vi para a tourada à corda, o nº 38 da ganadaria Casa Agrícola José Albino Fernandes, popularmente conhecido por “Elisa”. Embora a melhor corda que tenha visto de um toiro, tenha sido a do seu irmão, toiro nº 33 (puro no Arrabalde de São Sebastião) e que teve vida mais curta, o 38 de ferro JAF, tinha uma mobilidade incrível sobre o asfalto e uma codícia extrema que pode-se ver através de fotografia, na forma como o animal foi perdendo as pontas da córnea ao longo da sua vida. Para além disso, o toiro “Elisa” tinha um sentido que fazia temer os bípedes que corriam por diante do toiro e segundo consta em alguns artigos foi corrido em 71 touradas à corda.



No início de 2012 o campo bravo da ilha Terceira e em particular a ganadaria da Casa Agrícola José Albino Fernandes perdeu um toiro que construiu uma autêntica epopeia e que fez mover massas de pessoas atrás de si. Não guardo apenas recordações deste toiro, também outros exemplares de outras ganadarias fazem me recordar bons momentos, mas efectivamente “Elisa” é aquele que guardo as maiores façanhas realizadas por um toiro até ao momento.

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