“Descornado”, “Colosso”, “Catorze”, “Mulato”,
“Gatinho”, “110” ,
“Flor do Mato”, enfim são vários os nomes de toiros das várias ganadarias
terceirenses que perduram nas recordações das gentes (aficionadas ou não à
festa brava) da ilha Terceira.
Desde de tenra idade fui habituado a ouvir as
histórias de toiros da ilha, que não será exagero defini-las como autênticas epopeias.
O poder do toiro e as suas façanhas fomentaram o gosto pela festa brava na ilha
lilás e o interesse que o seu povo tem por este animal.
Depois de conhecer os feitos dos toiros das ganadarias
da ilha Terceira, restava ver para querer. No ano 2000, tive o privilégio
de ver aquele que considero ser o toiro mais completo que já vi para a tourada
à corda, o nº 38 da ganadaria Casa Agrícola José Albino Fernandes, popularmente
conhecido por “Elisa”. Embora a melhor corda que tenha visto de um toiro, tenha
sido a do seu irmão, toiro nº 33 (puro no Arrabalde de São Sebastião) e que
teve vida mais curta, o 38 de ferro JAF, tinha uma mobilidade incrível sobre o
asfalto e uma codícia extrema que pode-se ver através de fotografia, na forma
como o animal foi perdendo as pontas da córnea ao longo da sua vida. Para além
disso, o toiro “Elisa” tinha um sentido que fazia temer os bípedes que corriam
por diante do toiro e segundo consta em alguns artigos foi corrido em 71
touradas à corda.
No início de 2012 o campo bravo da ilha Terceira e em
particular a ganadaria da Casa Agrícola José Albino Fernandes perdeu um toiro
que construiu uma autêntica epopeia e que fez mover massas de pessoas atrás de
si. Não guardo apenas recordações deste toiro, também outros exemplares de
outras ganadarias fazem me recordar bons momentos, mas efectivamente “Elisa” é
aquele que guardo as maiores façanhas realizadas por um toiro até ao momento.
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