terça-feira, 22 de maio de 2012

Ágeis como Feras




Os toiros bravos das ganadarias açorianas, mas em particular da ilha Terceira, sempre foram conhecidos pelo seu tamanho reduzido e por uma grande agilidade.



As faculdades físicas destes animais estão de certo modo relacionadas com o ambiente onde vivem. Os solos pobres dos terrenos vulcânicos em altitude, muitas vezes carentes de luz solar devido à excessiva nebulosidade, não permitem um crescimento de forragem de qualidade. As áreas reduzidas das ganadarias por vezes levam a um pastoreio algo intensivo, não permitindo o crescimento da pastagem.



Em conjunto, os recursos que as ganadarias possuem e a inexistência de exigências ao nível de um peso mínimo dos toiros para as touradas à corda, faz com que os ganadeiros forneçam aos animais, o alimento essencial para a sua manutenção e que permita um desempenho eficiente nos caminhos da ilha.



O que é facto é que estes factores associados à experiencia que os toiros adquirem nas touradas à corda, permite criar animais com características próprias e que muitas vezes resultam extremamente perigosos.

Em 2007 na freguesia dos Biscoitos (zona norte da ilha), durante uma tourada à corda com toiros de Rego Botelho e Ezequiel Rodrigues, tentei captar apenas a investida do toiro. Fotografei este exemplar de Rego Botelho, com as hastes dirigidas para cima (corniveleto), característica comum nos toiros da tourada à corda e penso que a imagem conseguida é bem elucidativa, não só na agilidade do animal na sua forma de investir, mas também na forma codiciosa que tenta alcançar a manta do capinha.


Nenhum comentário:

Postar um comentário