Os toiros
bravos das ganadarias açorianas, mas em particular da ilha Terceira, sempre
foram conhecidos pelo seu tamanho reduzido e por uma grande agilidade.
As faculdades
físicas destes animais estão de certo modo relacionadas com o ambiente onde
vivem. Os solos pobres dos terrenos vulcânicos em altitude, muitas vezes
carentes de luz solar devido à excessiva nebulosidade, não permitem um
crescimento de forragem de qualidade. As áreas reduzidas das ganadarias por
vezes levam a um pastoreio algo intensivo, não permitindo o crescimento da
pastagem.
Em conjunto,
os recursos que as ganadarias possuem e a inexistência de exigências ao nível
de um peso mínimo dos toiros para as touradas à corda, faz com que os
ganadeiros forneçam aos animais, o alimento essencial para a sua manutenção e
que permita um desempenho eficiente nos caminhos da ilha.
O que é facto
é que estes factores associados à experiencia que os toiros adquirem nas
touradas à corda, permite criar animais com características próprias e que
muitas vezes resultam extremamente perigosos.
Em 2007 na
freguesia dos Biscoitos (zona norte da ilha), durante uma tourada à corda com
toiros de Rego Botelho e Ezequiel Rodrigues, tentei captar apenas a investida
do toiro. Fotografei este exemplar de Rego Botelho, com as hastes dirigidas
para cima (corniveleto), característica comum nos toiros da tourada à corda e penso
que a imagem conseguida é bem elucidativa, não só na agilidade do animal na sua
forma de investir, mas também na forma codiciosa que tenta alcançar a manta do
capinha.
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