Texto e fotografia: Pedro Correia
É costume dizer, que “os olhos são a primeira coisa
a comer”. É agradável ver quando alguns turistas assistem a touradas à corda na
ilha Terceira e deduzem que somos a afición no mundo que mais protege o toiro.
Possivelmente, estas deduções, devem-se ao facto dos forasteiros, se aperceberem
de que a nossa tourada à corda, promove uma maior longevidade do animal, sentem
a importância das ganadarias e que cada toiro adquire a título individual, bem
como, toda a envolvência social que ocorre em torno do toiro bravo nesta ilha
de Jesus Cristo.
Embora um suposto melhor bem-estar animal do toiro
na tourada à corda, em relação a outros tipos de tourada, seja tema muito
discutível, se pensado em juízo profundo, a verdade é que, a imagem do toiro
limpo de sangue, deve ser passada na tourada à corda.
É incompreensível que, com tanto fotógrafo e
fotografia de touradas à corda existente na ilha Terceira, que venham na
primeira página de qualquer publicação feita na ilha, região e além fronteiras,
fotografias em grande plano, que podem por em causa a imagem desta cultura
local. Infelizmente, tal acto ocorreu no jornal mais mediático da ilha Terceira,
o Diário Insular. Por duas vezes no decorrer da época taurina de 2012, foi
publicada uma fotografia a cores e em grande plano na capa do dito jornal, com
a cabeça do toiro bem destacada, em que a boca e ventas do animal, estavam
completamente ensanguentadas. Mesmo admitindo o descuido, isto não pode ocorrer!
Entendam uma coisa, de uma vez por todas! A
badalada discussão de quem é a favor e contra as touradas, é sempre motivo de
intenso debate, que atinge proporções e consequências de grande magnitude, que
muitas vezes, atingem ou tentam atingir, a liberdade dos modos de vida e
culturas das sociedades de diversos países. Não são meras opiniões pessoais,
mas sim grupos de pessoas organizados que tem um objectivo bem delineado – ACABAR
COM TODAS AS FORMAS DE TAUROMAQUIA, INCLUINDO O TOIRO DE LIDE E A PRÓPRIA
TOURADA À CORDA.
O caso é preocupante e merece a atenção dos
cidadãos destas nove ilhas do arquipélago, bem como, do governo regional. Que
não se evoquem argumentos sem qualquer tipo de fundamento lógico, como, “…temos
a melhor afición do mundo…”, “…somos umas ilhas no meio do Atlântico que
ninguém conhece…”, ou “…temos a tourada à corda que não faz mal ao toiro…”,
para desculpar uma não preocupação sobre estas questões. Não pensem que as
organizações anti-taurinas, vão apenas tentar combater os toiros de morte,
sorte de varas, ou até as corridas de toiros à portuguesa. Meus caros, a nossa
tourada à corda também está no alvo de destruição destas organizações “pseudo ecologistas
e protectoras dos animais”, por isso tratem de prestar atenção e evitar ao
máximo o aparecimento de flagelos, que infelizmente tem começado a surgir nos
Açores.
Aos meios de comunicação social locais, algum cuidado
na selecção das imagens, que seguramente não tem falta delas. Às instituições locais
responsáveis pela festa brava, um pouco de atenção a estes pormenores.
Por fim, um alerta para todos! A tauromaquia e o
toiro não devem ser defendidos de modo individualizado, mas sim como um todo. Ou
seja, defender apenas a tourada à corda, ou a corrida de toiros, este ou aquele
tipo de manifestação taurina é um autêntico erro e tiro nos nossos pés, na
defesa da festa brava e do bovino bravo, sendo que a protecção da cultura do
toiro só tem sentido se for feita como um todo e com união total.
Peço imensa desculpa ao autor deste texto mas no que toca á defessa de um e de outro tipo de manifestação taurina, não são em nada iguais nem devem ser comparadas. O sangue e a dor a que um toiro bravo é exposto, não tem comparação com aquilo que é feito com o toiro de lide.
ResponderExcluirO sangue dos cascos ou do boca ou dos joelhos, como vemos na terceira,nao se compara ao sangue que um toiro perde numa corrida de lide.
Não há comparação!!!
Caro visitante,
ResponderExcluirEm primeiro lugar, agradecemos a sua visita, participação e comentário. Contudo, parece ter ocorrido algum equívoco na sua interpretação do artigo em questão.
Este artigo refere-se aos cuidados nas imagens expostas, em relação à tourada à corda. Não entra em comparações da possível dor que os animais possam sentir nos diferentes tipos de tourada.
Com os melhores cumprimentos,
O administrador do blog
Toiros&Açores