terça-feira, 21 de maio de 2013

Dimensões Bravas do Espirito Santo

 
 
Texto e fotografia: Pedro Correia
 
O culto ao divino Espirito Santo é conhecido por toda a região dos Açores, sendo a festividade que mais impacto tem sobre as gentes das 9 ilhas açorianas. As relações entre as festividades do Espirito Santo, e o culto do toiro, são bem conhecidas, tal como referem (Costa, 2002 e Angelo 2009), sendo visível através do bezerro enfeitado, na historia da tourada à corda, ou vincada através da usança de coroas do Espirito Santo em trajes de forcados, toureiros ou pastores de ganadarias.
 
 
Através da informação obtida por Martins (1992), os inicio ciclos do Espirito Santo e do toiro coincide no início de Maio (mês de inicio das touradas à corda). O primeiro ciclo contempla, tempo de promessas, reflexões e caridade. Por sua vez o segundo, abrange peculiaridades rituais, nos quais há o sacrifício do toiro enquanto animal sagrado que representa riqueza. Estes ciclos são um simbolismo do agradecimento do alimento, pagamento de promessas, e riqueza material e espiritual (Angelo, 2009).
 
 
O sétimo domingo após a Páscoa é designado por dia Pentecostes. Nesse dia realiza-se o bodo, festa do Divino Espirito Santo onde há a distribuição de comida após a coroação, em que todos os presentes podem usufruir de pão e vinho abençoado, oferecido pelos mordomos. Segue-se o arrematar de oferendas, tais como gado, alfenim, massa sovada, entre outras (Angelo, 2009).
 
 
O louvor prestado pelos açorianos das 9 ilhas ao Espirito Santo, de modos distintos, faz com que seja considerado o grande patrono dos açorianos. No entanto, a necessidade de refúgio dos homens dos toiros na religião, com o intuito de obter uma protecção divina sobre o perigo que advém da lide da rês brava, faz com que forcados, toureiros ou pastores açorianos levem consigo a coroa do divino Espirito Santo nos seus trajes. Assim ocorre com o grupo de forcados amadores do Ramo Grande, que considera o divino Espirito Santo, como seu padroeiro, tendo neste ano de 2013, realizado uma coroação com os elementos do grupo trajados, contribuindo de forma significativa para legados culturais e vivências açorianas com menção neste texto.
 
 
Bibliografia:
Angelo, M. E. R. B. (2009). As Festas do Divino Espirito Santo nas Ilhas Terceira e São Miguel nos Açores. Revista Eletrónica de Turismo Cultural 03:38-56.
Costa, A. (2002). O Touro e o Sagrado. Etnografia. Disponível em: http://etnografia.paginas.sapo.pt/OTouroeoSagrado.htm
 

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