Perspectiva Toiro

 

 

Texto e fotografia: Pedro Correia

 

A tourada, quer seja na sua vertente popular (tourada à corda), ou de maior formalidade (corrida de toiros em praça), tem como elo central, o toiro. Contudo, por todo o mundo taurino as pessoas procuram a tourada por diversos motivos: Algumas vão aos toiros porque simplesmente acham bonito, outras adoram as cores, os movimentos, as vivências, a plasticidade dos toureiros, a valentia dos forcados, a agilidade dos capinhas, a beleza dos cavalos, o conjunto das lides, ou a beleza e bravura do toiro, etc. Independentemente de maior ou menor grau de entendimento em matérias de tauromaquia, todas estas pessoas devem ser englobadas como aficionadas à festa brava, independentemente do grau de conhecimento que possuem sobre matérias taurinas.

 

 

No entanto, e como seria de esperar, o meio tauromáquico abrange pessoas mais e menos entendidas. De acordo com o referido no primeiro parágrafo, esse entendimento ou ganho e aperfeiçoamento de conhecimento sobre a temática taurina, não implica uma classificação de aficionado e não aficionado. Ser aficionado a algo, não significa ser entendido sobre uma temática em si, mas sim ter algum gosto por ela. No caso das touradas, se alguém as procura para com elas conviver de bom grado, é porque tem gosto em participar nas suas manifestações. Sendo assim, voltamos a frisar, que, um simples espectador ou uma pessoa que vai até à tourada à corda em busca de um convívio social pode ser considerada uma aficionada.

 

 

Surgem depois, aficionados, com conhecimento, e compreensão relevante em matérias taurinas. É necessário frisar: “…graus de conhecimentos e compreensão…”, e não: …graus de conhecimentos ou compreensão… Isto porque, decorar os conceitos, ou até distinguir um bom de um mau passe etc., é saber de toiros, e perceber e entender os princípios da tauromaquia, naturalmente associado ao conhecimento, é compreender.

 

 

Tal como nos testes das escolas, decorar os nomes e processos é relativamente fácil, no entanto, compreender e interpretar é sem dúvida mais difícil. É muitas vezes nesta falta de compreensão, e, incluso na abertura das pessoas, que reside a dificuldade. Uma barreira que pode desmoronar com um esforço mínimo de cada pessoa em abordar as ideias com um espirito de abertura total, sem tabus, reflectindo sobre os mesmos, procurando a sua compreensão na PROFUNDIDADE, sem com isso sentir qualquer tipo de obrigação. Só assim se pode ter uma opinião mais coesa e fundamentada, assim como uma cultura mais poderosa, e aumento do conhecimento. Acima de tudo, estas abordagens são alguns princípios básicos de uma palavra designada por democracia, bem conhecida na sociedade portuguesa, e que é uma perspectiva essencial do mundo do toiro.