terça-feira, 11 de junho de 2013

Família Matriarcal

 


Texto e fotografia: Pedro Correia

 

Entende-se por matriarcal, um grupo onde a mãe ou o individuo feminino tem uma liderança bem evidenciada. Entendido o conceito, conclui-se que a criação do toiro bravo, ou ganadaria brava é uma grande família matriarcal, dada à sua estrutura. Isto porque, cada exploração agro-pecuária dedicada à criação do toiro bravo tem de possuir um rebanho de vacas como base.

 

 

Admitindo a exigente norma, que caracteriza as ganadarias bravas, indicada no parágrafo anterior, nunca será menosprezada a importância do macho, nomeadamente na obtenção directa de lucro por aluguer/ venda de animais para espectáculos taurinos, ou ao nível da reprodução, pela influência que cada semental tem sobre os vários descendentes que nascem em cada ano. No entanto, a exigência de selecção sobre as fêmeas, as repercussões dessa mesma escolha escrupulosa das futuras mães da ganadaria sobre os futuros animais que surgirão (fêmeas e machos), assim como, toda a gestão do seu maneio reprodutivo, tendo em conta as repercussões ao nível económico das explorações, fazem com que haja uma especial atenção sobre as fêmeas que compõe um efectivo reprodutor numa ganadaria brava.

 

 

Além de aspectos relacionados com a gestão das ganadarias que fomentam uma especial atenção às reprodutoras das mesmas, o comportamento quotidiano dos próprios animais que compõe o rebanho das vacas resulta interessante. Como seres gregários que são, a necessidade de protecção do grupo faz com que vacas do mesmo rebanho tenham funções distintas no seu ambiente. A título de exemplo há vacas que servem de vigilantes, e “guias”, ao grupo, chegando a dar sinal de alerta específico aos indivíduos mais jovens do rebanho por situação de perigo, assim como outras, são capazes de conduzir um rebanho inteiro junto dos tratadores que diariamente lhes dispõe alimento.

 

 

Por fim, podemos constatar que, a ganadaria brava pode ser considerada como uma família matriarcal devido a aspectos relacionados com a gestão das ganadarias, e, com o comportamento específico da espécie e da raça. Esta sociedade dos animais nas ganadarias também poderá dever-se à mescla de ambos os factores referidos anteriormente, que, por aspectos de gestão, causam-se actividades sincrónica no ritmo circadiano dos animais, que levam a atitudes entre as vacas que compõem uma vacada de bravo, que resultam em hierarquias bem marcadas entre os indivíduos.

 

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Baseado em:

Cruz, J. S., (1998). El Toro de Lidia en la Biología, en la Zootecnia y en la Cultura: Ed. Por Junta de Castilla y León – Consejería de Agricultura y Ganadería. Valladolid.


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