Texto e fotografia: Pedro Correia
O comportamento e desempenho dos toiros nas touradas à
corda são sempre aspectos de avaliação por parte dos aficionados mais ferrenhos
que assistem a este tipo de manifestações. Entre sinais positivos e negativos
do comportamento do toiro na corda, quando o animal abandona os capinhas de
modo repentino é muitas vezes considerado um aspecto negativo indicativo de
mansidão. Este aspecto muitas vezes designado por “sair solto”, é, muitas
vezes, o suficiente para muitos aficionados executarem um juízo depreciativo
sobre as qualidades de uma determinada rês.
Coloca-se a questão se “sair solto” é um indicador claro
da mansidão nos toiros da tourada à corda, sendo a resposta claramente, um não!
Na tourada à corda torna-se muito complicado afirmar o
indicador “sair solto” como um aspecto negativo, já que, enquanto o toiro
investe aos cites dos capinhas, está rodeado de uma multidão, que, de um modo
inesperado pode actuar como estímulo motivador para o animal investir em outras
direcções que não a dos capinhas. Sendo assim, um toiro que está a ter um bom
desempenho em termos gerais e sai solto, pode ser contextualizado como um
factor positivo, no sentido em que o animal tenta atender a diversos
obstáculos, ou estímulos que existem no arraial. Assim sendo, este aspecto
deixa de ser “sair solto”, e torna-se numa investida direccionada a outro
estimulo que muitas vezes pode ser apenas a presença do público na proximidade
do toiro. É este um dos aspectos que dá ao toiro na tourada à corda um caracter
de animal repentista, e que muitas vezes apanha muita gente desprevenida,
causando medo à assistência que se encontra nos caminhos.
Em síntese, “sair solto” é um aspecto negativo, mas que
requer grande cautela na sua avaliação, já que muitos toiros podem abandonar os
capinhas na tentativa de atender a outras provocações, sendo isto, um sinal
positivo dos toiros na tourada à corda.
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