Texto e fotografia: Pedro Correia
O espectáculo tauromáquico por vezes torna-se impaciente
pelo tempo exorbitante que tem as corridas, e têm sido tomadas medidas para acelerar
os processos da corrida de toiros portuguesa. Os cavaleiros já não aguardam a
passagem do ferro comprido pelo seu peão de brega, e curiosamente, nos Açores as
vacas de chocalho parecem começar a deixar de entrar na arena.
Entender a corrida de toiros como um mero espectáculo,
julgo ser uma visão um bocadinho reles. Há que compreender que estamos perante
uma manifestação cultural de rito intenso, carregada de valores e beleza ímpar,
e, por muito que custe, é necessário fazer a sociedade habituar-se, e alcançar
esta realidade.
Carece de sentido absoluto, a entrada dos pastores das
ganadarias nas cortesias, quando, no recolher dos toiros acabam por não intervir.
Excluo desde já os toiros que vão por vontade própria para os curros. Contudo, não
foi assim na última corrida de temporada 2013 na ilha Terceira, onde os
hastados foram conduzidos por bandarilheiros até à porta dos curros, e depois
com um trapo na ponta de uma vara, enganados para saírem da arena. Para além
dos bandarilheiros estarem em execução de tarefas que não lhes compete, o toiro
ainda sai da arena com uma série de procedimentos pouco esbeltos. Não digo que
estas acções não possam ocorrer, pois nem todos os toiros demonstram
facilidades no decorrer da recolha e sou apologista de uma cooperação entre
vários intervenientes no sentido de facilitar os processos.
Contudo, na oportunidade das pessoas competentes (pastores ou campinos) executarem as suas funções, e haver um final de história embelezado pela técnica e arte de bem saber manusear o gado, deve haver o decorrer natural dos processos. Caso contrário, qualquer dia os pastores não têm necessidade de entrar nas cortesias do espectáculo, e muito menos há a necessidade de carregar as vacas, ou cabrestos, ficando assim a corrida de toiros em Portugal mais amputada do que já está.
Contudo, na oportunidade das pessoas competentes (pastores ou campinos) executarem as suas funções, e haver um final de história embelezado pela técnica e arte de bem saber manusear o gado, deve haver o decorrer natural dos processos. Caso contrário, qualquer dia os pastores não têm necessidade de entrar nas cortesias do espectáculo, e muito menos há a necessidade de carregar as vacas, ou cabrestos, ficando assim a corrida de toiros em Portugal mais amputada do que já está.
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