Texto e fotografia: Pedro Correia
A lide de toiros a cavalo como a conhecemos actualmente,
tem origem secular na Península Ibérica. Nos seus primórdios estas lides eram
proporcionadas por ginetes da nobreza.
O facto da lide a cavalo ser mais usual em Portugal,
deve-se ao facto da proibição da nobreza espanhola se poder manifestar em
corridas de toiros, devido às ordens impostas pelo monarca Filipe V, primeiro
rei da dinastia de Bourbon em Espanha. O impedimento dos nobres espanhóis
participarem nos festejos taurinos, permitiu o domínio do povo nas corridas de
toiros no país vizinho, promovendo desta forma um espectáculo baseado na
actuação de picadores ou varillargueros
e toureiros a pé.
A proibição da nobreza de se manifestar em
espectáculos taurinos, não se alastrou ao país luso. Sendo assim, a origem do
toureio a cavalo português, está estritamente relacionada com as actividades
dos nobres do passado. Estas evidências para além de serem notadas nas formas
dos ginetes montarem, também são facilmente detectadas, através das vestes dos
cavaleiros portugueses da actualidade, com especial destaque para as bonitas
casacas que estes envergam durante as touradas, ou até nas cortesias das
corridas de gala à antiga portuguesa, que hoje se recriam em alguns
espectáculos em praça.
Desde o reinado D. João V, que se conhecem
cavaleiros tauromáquicos, nomeadamente nomes famosos como o Rei D. Miguel I,
Vitorino Froes, António Luís Lopes, D. Alexandre de Mascarenhas, Ricardo Teixeira,
Adolfo Machado, Mestre João Núncio, David Ribeiro Telles, Simão da Veiga,
Fernando Salgueiro ou José Mestre Baptista, Luis Miguel da Veiga, José João
Zoio, entre outros, até aos nomes bem conhecidos da actualidade, tais como,
João Moura, cavaleiros da família Telles, Rui Salvador, João Salgueiro, Luís
Rouxinol, Joaquim Bastinhas, Paulo e João Moura Caetano, Rui Fernandes, Vítor
Ribeiro (na fotografia), José Manuel Duarte, Ana Baptista, Sónia Matias, etc.
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Baseado em:
Neves, F. P. B. (1992) O
Toiro de Lide em Portugal. Edições Inapa. 185 pp.
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