sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Bravura do Toiro! O que é?





Texto e fotografia: Pedro Correia


A bravura do toiro bravo é um tema envolto de discussão e alguma especulação interiorizada nas discussões de aficionados. Em grande medida debates que resultam devido a uma disparidade de opiniões e conceitos que o próprio termo bravura pode abranger.


Quando passamos os olhos por um dicionário, e procuramos o termo bravura, damo-nos conta que o número de significados que esta palavra pode ter, sendo o suficiente para gerar e alargar discussões envoltas ao toiro de bravo e discordâncias sobre os comportamentos dos distintos animais. No entanto, quem conhece a evolução do toiro bravo e da sua selecção percebe que há alguma uniformidade de conceitos no meio de tamanha subjetividade.


Para interiorizarmos o assunto é necessário ter em conta que a selecção do toiro de lide tem sido direcionada desde os seus primórdios até à atualidade partindo do pressuposto que bravura é sinónimo das reses bravas que lutam destemidamente, sem medo e de forma valente ou corajosa até ao final de uma luta. Por este motivo a selecção vai direcionada a ter animais mais combativos em comparação à agressividade que é natural na espécie bovina.


Por outro lado, a evolução do toureio e por sua vez a da tauromaquia criou outras imposições sobre a seleção das reses bravas, procurando-se para além de animais combativos, exemplares que tivessem condições de lide de acordo com as regras básicas do toureio (parar, templar e mandar) fomentadas por Joselito El Gallo e Juan Belmonte na época dourada do toureio.


Sendo assim, poderíamos então distinguir dois tipos de bravura na raça brava de lide:

  • ·         O primeiro tipo destina-se a definir toiros bravos apenas pela sua combatividade, independentemente de terem ou não condições de lide de acordo com os pressupostos do toureio moderno. Ou seja, neste caso admite-se que bravura identifica apenas uma característica do toiro de lide, que é definida pela capacidade de acometer ou combater dos animais, sendo este o caracter comportamental que mais distingue a raça brava das restantes e cujo método mais fiável para a sua medição é a sorte de varas.

  • ·         O segundo tipo envolve um maior grau de complexidade, já que refere-se a um conjunto de características, nas quais a acometividade ou combatividade está inserida e que pode estar relacionado com o festejo para o qual a sua selecção foi direccionada. Ou seja, no caso das corridas de toiros o toiro pode ser admitido como bravo se para além de ter combatividade conseguir ter uma investida humilhada, com recorrido nobreza, entre outros caracteres, que permitam o animal ter condições de lide. Mas o toiro também pode ser admitido como bravo se resistir às adversidades que criam diferentes festejos taurinos de natureza popular, caso a sua selecção seja direccionada para essas vertentes taurinas, em que geralmente são muito apreciados caracteres como a mobilidade, a fiereza, a duração ou resistência, a força etc..


Sintetizando, bravura pode ser um caracter que está unicamente relacionado com a capacidade de lutar até ao fim de um espectáculo, mas também pode ser considerado um conjunto complexo de várias características como define Domecq (2009) na terminologia de Bravura Integral.



Bibliografia:


  •    Domecq, J. P. (2009). Del Toreo a la Bravura. Alianza. Madrid. 23-140pp.


Nenhum comentário:

Postar um comentário