Texto e fotografia: Pedro Correia
Inicia a sua vida como bezerro no meio de uma
manada de vacas bravas. Ao fim de um ano é apartado da mãe e ferrado com o símbolo
da sua ganadaria. Três anos de idade cumpridos, é encerrado na gaiola sem saber
para onde o levam. Colocam bolas de metal nas pontas das hastes e uma corda ao
pescoço. No estalar do foguete no ar, o bravo sai à estrada. Sente a rigidez do
asfalto e emprega-se investindo a capinhas e outros forasteiros que pelo
arraial o provocavam.
No seio dos invernos húmidos, frios e ventosos, no mesmo
local que o viu nascer, espera o calor do Verão, para novamente dar provas da
sua bravura e sedimentar a sua fama.
Na chegada de outro mês de Maio, tourada após
tourada vai marcando presença e demonstrando a sua bravura, atraindo pessoas
para o ver, justificando assim, fidelidade nas querenças do seu ganadeiro, que
pode pensar em usá-lo como semente.
Com o grande número de touradas em que participa e
o avançar da idade vem o aumento de maturidade ou sentido, assim como a
tendência de menor mobilidade, criando reticências aos capinhas antes de o
citarem.
Embora pareça impossível
imaginar esta realidade para os que não são açorianos, ou para os que
desconhecem a realidade cultural dos Açores, é assim que vive grande parte dos
toiros bravos na ilha Terceira e nas restantes ilhas onde há touradas. Esta
forma peculiar de trato do toiro que existe nos Açores, faz com que as gentes
da ilha Terceira sejam bem conhecidas pelo seu louvor a este belo animal.
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