segunda-feira, 4 de março de 2013

Vida dos Bravos Terceirenses






Texto e fotografia: Pedro Correia


Inicia a sua vida como bezerro no meio de uma manada de vacas bravas. Ao fim de um ano é apartado da mãe e ferrado com o símbolo da sua ganadaria. Três anos de idade cumpridos, é encerrado na gaiola sem saber para onde o levam. Colocam bolas de metal nas pontas das hastes e uma corda ao pescoço. No estalar do foguete no ar, o bravo sai à estrada. Sente a rigidez do asfalto e emprega-se investindo a capinhas e outros forasteiros que pelo arraial o provocavam.


No seio dos invernos húmidos, frios e ventosos, no mesmo local que o viu nascer, espera o calor do Verão, para novamente dar provas da sua bravura e sedimentar a sua fama.


Na chegada de outro mês de Maio, tourada após tourada vai marcando presença e demonstrando a sua bravura, atraindo pessoas para o ver, justificando assim, fidelidade nas querenças do seu ganadeiro, que pode pensar em usá-lo como semente.


Com o grande número de touradas em que participa e o avançar da idade vem o aumento de maturidade ou sentido, assim como a tendência de menor mobilidade, criando reticências aos capinhas antes de o citarem.


Embora pareça impossível imaginar esta realidade para os que não são açorianos, ou para os que desconhecem a realidade cultural dos Açores, é assim que vive grande parte dos toiros bravos na ilha Terceira e nas restantes ilhas onde há touradas. Esta forma peculiar de trato do toiro que existe nos Açores, faz com que as gentes da ilha Terceira sejam bem conhecidas pelo seu louvor a este belo animal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário