Na tauromaquia todas as acções têm, ou devem ter uma
explicação. Na arte de pegar toiros a técnica de rabejar não fica indiferente
ao dominio do homem sobre o animal, influenciando de forma significativa e
fulcral o sucesso da pega. Em colóquio datado de 15 de Janeiro de 1998 na capital do Ribatejo Santarém,
o conceituado forcado Simão
Comenda abordou a importância e sentido estético que o rabejador tem na arte
lusitana de pegar toiros do seguinte modo:
“ (…) a propósito de rabejar toiros de caras há
aspectos que tem a ver com o toureio a pé. Refiro-me à saída do toiro, à saída
com domínio, com tranquilidade. Não é por acaso que um matador depois de lidar
uma série, por exemplo de derechazos ou naturais, ao pressentir que o toiro o
começa a rejeitar, castiga um pouco mais e se sente que o toiro o está mesmo a
rejeitar faz um desplante, atirando com a muleta ou pondo-se de joelhos; ele
percebe que o toiro o rejeita e só a partir daí se pode expor sem defesa. Essa
é a técnica que o rabejador nos toiros de caras pode aproveitar. Ele ao ficar
sozinho com o toiro, recebe-o por um dos lados, o toiro começa a perder
velocidade, aparece-lhe pelo outro lado e quando o toiro perde mais velocidade
ele entende que o toiro o está a rejeitar e também – tal como o matador – sai
tranquilo, de costas viradas e sai com elegância e domínio.”
Comunicação
de Simão Nunes Comenda no
Colóquio “A Arte de Pegar Toiros”. Santarém, 15 de Janeiro de 1998 no Centro
Cultural Regional de Santarém.
Bibliografia:
Comenda, S.
N. (1998). Comunicação em colóquio: A
Arte de Pegar Toiros. Santarém. Disponível
em: http://comunidade.sol.pt/blogs/partebilhas/archive/2011/08/06/Rabejar-com-eleg_E200_ncia-e-dom_ED00_nio.aspx.
Por Manuel Peralta a 6 de Agosto de 2011. Consulta efectuada a 2 de Dezembro de
2013.
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