sábado, 2 de março de 2013

GÉNIO – A Bravura Mansa como Dificuldade na Escolha do Melhor Toiro





Texto e fotografia: Pedro Correia

Tal como foi abordado por Correia (2013), poderíamos considerar a bravura como a ânsia que a rês brava tem de lutar. Contudo, por vezes os espectadores de uma corrida de toiros, avaliadores nas tentas e toureiros são confrontados com animais de investida mais dura mas pouco pronta, que geralmente diz-se na gíria que têm génio.


Poderíamos definir génio como uma bravura mansa, ou defensiva, ou seja, quando a rês brava investe de forma brusca e violenta de locais onde prefere permanecer (querença). Por isso, normalmente, as reses que têm génio permanecem nas suas querenças, atacando apenas quando sentem que podem alcançar quem os provoca, investindo por norma com violência e brusquidão, muitas vezes de modo pouco previsível.


Por vezes a identificação do génio num animal torna-se dificultada, quando estes não demonstram querenças evidentes ou investidas muito irregulares. No entanto, estes indivíduos são por norma tardios na sua investida, defeito que vai sendo mais evidente com o decorrer da lide, sendo muitas vezes observado na pega, se lidado na corrida à portuguesa. Durante a lide a cavalo tendem a perseguir as montadas com força, e invés de seguirem a garupa do equídeo, ladeiam-no de modo a alcança-lo mais rapidamente.


Os estímulos propiciados pela lide a cavalo, mesmo que estimulem uma elevada resistência por parte do toiro, não permitem uma exercitação muscular tão complexa e desgastante, bem como, uma observação mais facilitada das querenças da rês brava, como na lide a pé. Estas dificuldades impostas pelo toureio a cavalo, assim como a mobilidade brusca e violenta dos toiros com génio, que traz alguma emoção aos espectáculos, por vezes iludem júris e espectadores em corridas concurso em Portugal, levando a escolhas erróneas do melhor toiro da corrida.



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